nada no Natal

Olhei da cadeira onde estava. Meu ponto de vista era único.
Único.
Não via mais além daquilo que me chamava pelo gesto de sempre.
Igual.
Quem era eu para eles? Para mim, eles não saberiam dizer quem eu era.
Para eles.
Uma desordem de corpos em abertura errada da câmera fotográfica.
Velocidade também errada.
O som captado por aquela porcaria de microfone interno.
Não tem compensação.
Somente no ano que vem. No Natal do outro ano.
E então eu não sentarei nesta cadeira, e sim, no sofá perto da janela.
Lá o vento me é a fuga.
E as crianças não repararam no meu bigode e barba sem fazer.
Eu não me lembrei do ano passado.
Por isto estou sentado nesta cadeira.
O que está acontecendo com os doces?
As crianças levaram.
Do ponto de vista, daqui de onde estou, é o mesmo farfalhar de roupas e gostos mal cuidados, mal pensados.
Não friamente calculados.
Finamente eu como com as pontas dos dedos encharcados de óleo.
E a boca repleta de guaraná.
Vou estalar meus dedos e chamar para irmos embora.

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