crédito seu
Quando permaneço longo tempo próximo ao intocável, percebo melhor o contorno de tudo que vai, ou o que está imóvel. Fotografo o movimento e dou-lhe a forma de um rosto. Ou quando quero filmar vejo o balanço, pra lá e pra cá, como se fosse cabelo dançando. Aquelas cores verdes, marrons, cinzas ou rosas, me emocionam até eu ver outra e mais outra e depois outra. Vou sem pés e o corpo em seguida mergulha em rasante sobre tudo que passo a amar. Existe silêncio na voz mais gritante, existe melodia nas folhas que caem. Há uma doçura no vento e caminhar contra ele é me levar ao destino que me quer. Espero, sem perder a esperança, pois ela me vem sempre que me lembro, sempre que sonho, sempre que imagino, sempre que desenho seu contorno, de seu rosto, em tudo que acredito agora.