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vazia

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a caixa vazia.                                               razão, teria? a caixa teria!                                               vazão, vazia teria,                                               a caixa.

não te vejo

como explicar o inexplicável? como dizer te amo, estando tão longe. sinto arcos e mais arcos me prendendo, e me dizem: sepultado! sepultado! como crer depois de tanto tempo? como não crer em tanta solidão? quero crer, mas não te vejo.

quatriste

tenho agora tantas dúvidas de mim mesmo que já não me animo. pergunta-me. pois se a resposta é vaga, a vaga vem e quebra a resistência. se a resposta é triste e sem esperança, é um vão a busca. e vão-se em volta os que não me escutam dizer; "vão embora!", "vão-se daqui de perto!". e soslaio o olhar para ver se aquele alguém não me ouviu, pensando ser com ela. tenho sorte de ser tão tímido, tão curta minha vista e tão distante meu horizonte, vertical curto. jaz feita a sorte. rarefeito por defeito de criagem. vão-se os dedos entre os dedos. sei que dedos são. sei! mas e as mãos? de quem são? me explico, quando mostro por dentro, por dentro, por dentro... não entendo. me sou só.

rio

O rio flui para as montanhas Meu amor te espera

onde...

onde? e se me escondo, onde me ponho? no seu sonho, no seu eu me ponho. e nasço.
ai... e ainda, ai.

vales!

vales... vales pelo que tu andas ou pelo o que vais andar? vales... vás à andar pelos vales ou vais à vau me passar? vales... tanto vales que tu não vais de mim. vales, tu vales.

quando?

quando TUDO dorme, meu SONHO some, minha vida PARA. quando a SUA voz dorme, meu grito INTERNO acorda.

ir...

ir. imaginar. ser. seu. sentir. voltar. ser. todo. completamente. sedento.

rosas

senti cheiro de rosas hoje e primeira vez em muitos anos, não evitei a memória que este odor me retorna. cheiro de morto. cheiro de posse da minha própria vida. solidão de tristeza sem consolo. sol em dia de enterro. despedida sem esperança de volta. caminhada forçada. abandono. cheiro de definitivo.

sssssssss

ssssssssss acompanham os sorrisos, acompanham a saudade, são todos suspiros, estão em pares, por isto são plural.

tempo?

e se viraram e não se viram por muito tempo. e se viram e se viraram por pouco tempo. e se viraram muito por pouco tempo. e por muito tempo viram que viraram um momento. por muito tempo.

não, você.

Não te esqueço nem quando não tento Não te quero mais do que muito mais Não te vejo mais do que dentro de mim Não te espero há muito tempo daqui Não te beijo assim desde amanhã

tentando

você tenta me adivinhar. você tenta me conhecer pelas frases. você tenta me tentar. você tenta me achar entre um sorriso e outro. você tenta se achar em si. você tenta se mostrar sem dor. você tenta se calar do amor. você tenta se tocar sem mim. você tenta não ser apenas se. eu tento, eu tento ser sem o corpo.

vento

era um vento. pequenino, bem pequeno. quase menina. era fêmea, o vento. era verde. e ainda.

poliédrica

estou te testando pra ver até onde estica. pra ver se você complica pra ver sua cinta liga. estou me inventando pra você ficar tentando me achar. estou aqui parado pra me sentir tentado com seu olhar. quero ficar também desconfiado encostado na parede com você por fora. escuto sua voz nestas musiquinhas que te mando me dizendo quase rouca "você...eu, eu, sou louca". estou me esquivando e pouco me lixando se ficar lógico pra você.

tem

não tem coca não tem torta não tem diamante negro não tem luz não tem paz não tem raiz não tem leite não tem café sem açúcar não tem velocidade não tem poesia não tem montanha não tem rio não tem sampa não tem mar não tem flores não tem edredon não tem sol não tem moto não tem foto não tem por perto não tem piscina não tem suco de limão não tem cão não tem desabafo não tem tapete não tem sofá não tem lost não tem notebook não tem sombra não tem churrasco não tem cozinha não tem louça pra lavar não tem praia não tem livro não tem leitura não tem ouvido não tem ninguém não tem música não tem estrada não tem violão não tem pessoas não tem criança não tem solidão não tem lagoa não tem bicicleta não tem porão não tem estrela não tem céu não tem frio não tem bronzear não tem caminhada não tem foto não tem filosofar não tem paixão não tem mulher não tem sexta não tem impressão não tem temperos não tem beleza não tem cristão não tem ofício não tem distância não tem lugar não tem desconhecido n...

nem...

nem tanto, nem tão. apenas o bastante para parar. apenas o basta quereria. nem sim, nem.  não! o nem, para mim, disjuntiva, a sua conjuntiva.

descolorido esperando a lua

como irreal é a busca em um ponto de norte a sul, leste a oeste. por cima ou debaixo da coberta não encontro tanto sossego, coberto estou de sonhos. acordado. sem acordo vi olhos e chinelos indo e deixando tudo sem saída, eterno, estrada comprida, fila sem fim. desalento. preguiça. aceite por ódio, matança, desfiliação, mas sem compreensão, sem entendimento, sem trocados de palavras, sem discusão, nem dircurso curto, sobreviver apenas por bobo. aliás por enganar o ser, escrevendo, lendo, comentando as mesmas dores, do pisão no rabo sem ponta. exterminar o sentimento, sentindo tudo, caroço na mão, dor no cotovelo, apoio de cabeça pesada e mais motivos. ai! não querer dor é fácil. tê-la mais ainda. sempre tem alguém que me dá uma dica!

saudade

hoje a lua cresceu em mim a saudade crescente do tamanho do céu