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je reviens

Je reviens Je reviens, encore Tu n'as même pas vu Que j'étais partie alors Je suis revenu Comme on rentrerait au port Fatiguée De passer Par dessus bord Je reviens Je reviens et j'ignore Ce qui nous ramène Ce qui nous ramène au bord On a déjà vu La mer rendre certains corps Qu'on avait dit portés disparus

de ondas e futuro

Ontem querida, quando estivemos à beira mar, esperava dizer-lhe apenas que Vinicius estivera deitado na areia, isto há muito tempo, e que ele ainda se lembrava do que sentira. Mas quando abri o livro para ler para você o que ele rememorava, quando olhei para seus olhos e todo restante de seu corpo, eu me senti como se já estivesse relembrando algo que ainda não havia vivido. Aquelas ondas que ontem nos trouxeram tanto de tudo, aquelas das quais falávamos de serem diferentes, mas parte de um todo, sabe bem quais não e? Pois elas e você estavam comigo quando fui levado à frente , em uma viagem do tempo. E estive lá de onde olhei e vi que estava vivendo, ao lado de uma mulher, um momento que poderia já ser lindo em si mesmo (afinal amo você), mas, minha querida, eu percebi que aquilo que sentia não seria só meu. Eu iria compartilhar ali naquele instante (e eu ali no futuro saboreava o passado) uma das maiores emoções que um homem pode querer viver. A emoção de amar alguém na memória eter...

fortaleza

Não foi o corpo (apenas chamariz vestindo já o negro), que primeiro minha visada observou na fortaleza. Foram os olhos (miras de mirante futuro), que me levaram ao mergulho do qual ainda não saí. Fitei-os longamente e engoliram-me braços (entregues desarmados). E o coração (como sendo a antiga sede da alma), não se quis sozinho e acompanhando o pensar quedou-se (e aí está), esperando um toque dos dedos seus. Em seguida, vi o riso (que ainda hoje criança permanece), dizendo-me: - quero ser, quero ser. E quando dentro (como se dentro carregasse o outro também), vi seu corpo, completo, belo, significante (coberto de descobrires).

Crisálida

Aonde ir sem encontrar papéis virtuosamente solitários? Gostosos de se tocar como seda, seda que me avermelhe as mãos. Como se a vergonha fosse somente minha ao tocar fora dela. E mesmo ainda sob ela, eu sinta, ela. E que ela me sinta. Aos trinta, quarenta; ao descanso irei, terei todo tempo para olhar e ver o olhar coberto pelo verde. Espantosa maneira de me olhar. E eu serei quedado ao me sentir vertical, onde as pernas tremem e não caio. Pronto para morrer nas alegrias corporais expressas, conduzidas por palavras também, audíveis apenas também após sessenta dias. Pelos mortos cansados de esperar. Crisálida muda o mar e se envolta ao nele se voltear..

troca?

e u vi o mar/eu vi lagoa/não sei se o mar ou se é lagoa. o mar me pergunta/trago por debaixo da onda/descobre em mim/mergulhado/escondido/longo/mistério e solidão. a lagoa me responde/está na superfície/olhar/compreensão/eterna/sólida/tenaz/em mim/pousado/amparo/sustento e companhia. eu vi a lagoa no mar.

Agora, depois das águas

V ocê é a pedra que vi no meio do mar. Ele me tinha. Deixei que suas ondas me levassem, como sempre. Mas, mal ele sabia, que eu já te via entre espumas de suas ondas. Vagas. Não me sentia náufrago, já que eu dormia, embalado por aquele mar. Sua maresia me inspirava a ir mais longe. Eu sabia que devia. Mergulhei várias vezes, olhei pra cima e vi. Luz do sol entre suas águas. Eu tinha que sempre voltar? Eu não sou do mar, minha natureza não me enganaria. Eu te veria! Várias ilhas, rochedos, continentes há neste mar. Eu tenho onde ir. Agora não há escolha minha pequena rocha. Depois do toque em suas bordas e depois de vê-la em pleno poder em meio a tantas águas. Preferi te abraçar como quem encontra salvação. E porventura não eres? Olho de volta para o mar e sei que terei que voltar. Escolho agora lucidamente e loucamente. Me deito sobre ti.