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escrevo...

temo escrever e perder nele, o tom. de dizer... que acordei e vi o que sonhei, que sinto os pelos na ponta da língua, que sinto os nós dos dedos nos meus, que sinto o peso da cabeça no meu braço, que noto o olhar enquanto olho em frente, que sinto o mindinho esfregando em meu colo, que vejo cenas nas palavras, que vejo os seus sendo meus, que vejo os meus sendo seus...

ir...

ir. imaginar. ser. seu. sentir. voltar. ser. todo. completamente. sedento.

quanto mais

Quanto mais próximo do impossível , mais invade-me o desejo de ser tudo. Assim tenho inteiro, o sentido das coisas que me fazem ser completo, a esperança de viver totalmente daquilo que me sempre moveu. É esta paixão , esta coisa absoluta, absurdamente viva, que quando permitida, vorazmente nos engole. E em troca de ser alimentada, suspende no ar os que vivem poucos anos. Mas tanto vivem, que os anos não existem. Quero-a, desejo-a, amo-a, e ser tanto assim, por tão pouco tempo e há tão curto tempo, que minhas vontades, minhas vidas, junto-as e entrego, me dou para conhecer as suas. Acompanho-a, minha, por estar em tão grande vontade de viver e de ser este ser que cria, pensa, vive e observa.

fortaleza

Não foi o corpo (apenas chamariz vestindo já o negro), que primeiro minha visada observou na fortaleza. Foram os olhos (miras de mirante futuro), que me levaram ao mergulho do qual ainda não saí. Fitei-os longamente e engoliram-me braços (entregues desarmados). E o coração (como sendo a antiga sede da alma), não se quis sozinho e acompanhando o pensar quedou-se (e aí está), esperando um toque dos dedos seus. Em seguida, vi o riso (que ainda hoje criança permanece), dizendo-me: - quero ser, quero ser. E quando dentro (como se dentro carregasse o outro também), vi seu corpo, completo, belo, significante (coberto de descobrires).

penha

Guardar o resto dos verbos para que seja entregar, em mãos. Às tuas, sou teu. Em olhar-te nos teus grandes, encimados por duas negras curvas, chamam-me. Entregue-me ao riso, os teus, que fazem os meus. Derramo-me à sua frente, agacho-me, beijo-te os lábios. Tu sabes a sede, aonde será minha coberta, o cruzar das pernas, a coluna que não suporta o corpo, mas a ti. sim! Mente, mente... ah! a mente... Diga-me se a verdade desce a penha, à segurar pelos dedos a vontade do voluntário para o amar. Sustenta-me na palma de tua palavra, a não dita. Sigo-te por entre ti, volteio ao seu redor, encontro-me por buscar-me com tão grande entrega. Sou preso em ser liberto para te admirar. Guardo ainda o verbo encontrar.

envolto

Às vezes, sangue. Muitas vezes, água. E, estes, esvaem, deságuam e desandam sem parar. E tomam os caminhos abertos, que em curvas parecem que não vão. Mas nunca ficam parados, transbordariam no seu incessante. E nas bordas, sangue e aguaceiro, convertem palavras em amor. Em amor de rio cheio, vida, verbo de ser. Ver desde a margem é paixão fulminante. É chamada para mergulhar. E levando consigo, para sempre, o que já não é meu, congela o sorriso na felicidade.

não, você.

Não te esqueço nem quando não tento Não te quero mais do que muito mais Não te vejo mais do que dentro de mim Não te espero há muito tempo daqui Não te beijo assim desde amanhã

reveja, junho de 2008

Sábado, 28 de Junho de 2008 Mais além Conscientemente eu almejo ter seu corpo, esquio, escalo, domino. Finco minha bandeira ao alto do monte e acaricio seu manto, e sinto o vento de seu suspiro aumentando meu contentamento em estar colado, calado, corpos respirando juntos, sucessivos e conjuntos na respiração vagarosa, prazerosa, momentânea e completa, já que a vida podia terminar agora. O que seria pra manchete que ninguém entenderia, o porque de tanta paixão, corpos nus encontrados no ato final. Eu te desejo como mulher que és, como senhorinha, como suco, tomo-o, sorvo-o, e para te enaltecer, digo que és uma delícia, carne viva e branca, leitosa, longa, sem fim. e acima e abaixo eu acaricio esta pele, estes poros.

outra coisa

Sou sombra, nuvem cheia e copo com água em cima da pia. Se deixar eu derramo, entorno. Quando encosto na cabeceira dura da cama é que me dá vontade de chorar baixinho. Bem baixinho. Meu cachorro uiva pra lua e eu olho pra ela e ela não me vê. Às vezes penso que ela é burra. Né nada, minha tia Célia dizia. Isto é coisa de lua nova, quanto menos se vê, mais quer. Conheço pessoas que nunca foram na minha casa, que nunca ficaram perplexas ou paradas. O touro é que não gosta delas. Eu tenho uma dorzinha que me incomoda de vez em quando, Quando ela some de todo, eu cutuco ela pra me ver vivo, loquaz, atendido nas minhas perdidas esperanças. Queria ter companhia pra chorar de noite, noite e dia, noite e dia, noite e dia. Chorar sozinho é bom quando não se quer companhia. Eu quero derramar aquele copo d'água inteirinho, mas na boca de quem não escuto a voz, mas sei que já chegou. Reconheço gente de olho fechado, se tiver perfume bom, se tiver uma mão macia ou cabelo de anjo. Desesperei uma...
E nche-me de ti. Tenho toda sede que tiver como me saciar. Toca-me bem fundo com sua beleza e com o tanto que quero ouvir-te dizer. É verdade quase total o que te digo, pois nem sei o quanto louco e insano pareço. Quase bobo. Quase bebo o que escorre. Me diga logo que não é possivel sorver de ti. Dois passos meus pra cá e seus três pra outro lado. Onde andará a flor? Será bela pra outros, será ela sem ser minha. Juntos com outros seremos nós? Socorro busco fora de mim mesmo e estendo os braços para você, fiel da minha balança. Neste instante tudo é somente você. Que estranho, chato, inesperado será se não for como quiseres.