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as feridas

as feridas às vezes gritam; - alma! alma! e minha alma escuta, e pergunta; - quem és? - a ferida, a ferida, a ferida! e espantada minha alma argui; - quais? - as do amor, somos. - mas não tenho tais feridas... (reluta minha alma!) - alma! as feridas! as feridas! - quais? (vence minha alma!)

escrevo...

temo escrever e perder nele, o tom. de dizer... que acordei e vi o que sonhei, que sinto os pelos na ponta da língua, que sinto os nós dos dedos nos meus, que sinto o peso da cabeça no meu braço, que noto o olhar enquanto olho em frente, que sinto o mindinho esfregando em meu colo, que vejo cenas nas palavras, que vejo os seus sendo meus, que vejo os meus sendo seus...

nem...

nem tanto, nem tão. apenas o bastante para parar. apenas o basta quereria. nem sim, nem.  não! o nem, para mim, disjuntiva, a sua conjuntiva.

não me assento

silencio. se me pedes. distancio. se tu ficas. denuncia. minha paixão. alivio. seu apresamento. copia. nosso destino. fútil. o amor.

reveja, julho de 2008

Sexta-feira, 11 de Julho de 2008 linda não é de modo nenhum/não se pode/ serei completo /o momento exige/ a forma e conteúdo permitem/ o silêncio não é a solução/ conter o turbilhão será insuportável/ portanto digo/ linda!

estas

o que haverá ou o que há não saberá. são estranhas mostram entranhas mas não se arranha nem a casca. mexem na teia encampam os mortos soltam os corpos pelas metades inteiras. consolam-se em si enquanto estamos aqui esperando o lá estupram nossos nós. passaram sozinhas arrumando casinhas enquanto os ovos esbarravam nos outros. perdidas não cedem não choram mais não pedem amor não falam a própria dor.