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fundo

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Saudade? Não falo.  Não emito. Omito.  Me conduzo arrastando as costas no muro e faço silencio.  Como se não me ouvisse do outro lado.  Baixo a cabeça e me arrasto na beira da cerca,  para que, acaso me veja, pense que não tenho a enorme.  A saudade tanta.  E quando chega você, (me deixas calado da saudade, sinto) não falo.  Continuo mudo e me calas fundo,  beijando-me a boca.

dia seguinte

eu tenho uma esperança, uma única; o dia seguinte não chegará. tenho um profundo desejo, que a segunda, seja sexta. tenho, nela, meus sonhos realizados.
ai... e ainda, ai.

há HORAS que tudo é POUCO. existem alguns MINUTOS que são TUDO.

quando?

quando TUDO dorme, meu SONHO some, minha vida PARA. quando a SUA voz dorme, meu grito INTERNO acorda.

ir...

ir. imaginar. ser. seu. sentir. voltar. ser. todo. completamente. sedento.

desenrole

tenho uma saudade tão intensa.... não é "grande de enorme", é extensa.... toma a forma de espiral e me enrola todo... e enquanto faz isto vai me alisando a pele, coroando o dia, lavando a aura, completando o sal, empolgando o amanhã. suplicando beijo, pedindo colo, lembrando cheiro, olhando vazio, dando arrepio, copiando as falas, relendo alegria, surrupiando as horas, pra que chegue logo o momento de você me desenrolar...

sssssssss

ssssssssss acompanham os sorrisos, acompanham a saudade, são todos suspiros, estão em pares, por isto são plural.

suspende

não acho que seja o bastante, para bastar, os instantes colocados (o meu sobre o seu). venha o corpo, venha a voz, vejo os olhos (partidos, enviados. aos pedaços compartilhados). sei do caber, do espaço que ainda há (mas, do outro lado cabendo, conterá?). lembro vagamente, (memória tenta o futuro), da viagem na serra onde ouvi a voz da infância (o passado nos contenta). falo vago, viajo ao som do que completa minha fala, me suspende... (suspiro)

romaneio

Passantes mãos em pianos mudos, com letras falantes que marcam a tela, mostram o som da voz distanciada, entre montes e serras, conquistando uma parte desidratada de mim. Longos dias, sem fim ou sem certeza, são os dias preenchidos, posições, promessas de línguas, fórmulas químicas. Inverdades ditas francamente, interessam aos similares. Dependo, defendo os momentos , diversas opostas. Quilômetros trazem-me, melhores momentos doados por alguém.

vento

era um vento. pequenino, bem pequeno. quase menina. era fêmea, o vento. era verde. e ainda.

saudade

hoje a lua cresceu em mim a saudade crescente do tamanho do céu

estou

frio, frio congela o sentimento, na lembrança, de ter um momento, feliz, observando o movimento, de querer tudo de uma vez só. ana, obrigado por me lembrar.

tá?

você me vem pela rede, vi as letras de sua terra. quer sentir onde estou? vivi n'água, energia gastei. sim! eu sei. respiro fácil. hoje, suspiro... será?

na hora, santa.

tem hora que é santa. não a hora. ela. toda hora santa, que é toda, me vem também a vontade de te chamar pra perto. tem hora que é não é eleita, que não é perfeita e nem minha. então te vejo indo longe, longe de mim. quando será a hora, minha santa, em que você virá sem eu te chamar. elege uma hora santa qualquer.

cão

Quase não sobrou comida do almoço hoje. O frio que sinto é maior do que o que está na minha barriga. Quando eu era menino tinha dia que nem tinha o que comer e então eu abria o armário de madeira, na parte alta e pegava a pimenta e esmagava no fundo do prato e virava com arroz. Comia até soluçar. Hoje tenho soluço quando é saudade de um sentimento, de uma hora qualquer que vivi. Um cheiro de perfume que senti a muito tempo me veio na lembrança e não consegui sentir o mesmo que antes. Estou perdendo a visão. Não a da vista, que esta lá vai indo, mas perdi a do futuro, do que sonho, do quererei, do que sonhei um dia. Meu cachorro é que se lembra de tudo, mas não vai bem de vista, ele late pra mim achando que sou outro.

Duro é saber que uma hora páro de sentir

O s cachos de banana estão quase maduros e talvez Paulinho venha buscar o seu que lhe prometi. Quando saí para procurar a lua, lembrei que prometi a ele, já vão quase dois meses. Sempre aspiro alua pra dentro de mim quando preciso de ar. Falta oxigênio no cérebro destes loucos que não param de pensar. Fiz bacalhau hoje. Não paro de pensar um minuto em escrever. Já vão seis dias que as palavras saem de dentro de mim. Li certa vez que escrever doia. Nunca entendi assim, pois pouquissímas vezes me doeu tanto escrever quanto tem sido. Meu filho disse que o bacalhau ficou um pouco salgado. Também com tanto sal no mar, eu lhe disse. Li também que escrever era como ter um filho, um parto. Algo que sai de dentro de mim meio arrancado, já não quero muitas vezes que nem exista alguns sentimentos. Negação. Sobrevivemos como podemos. Que saudade do quê não sei. Talvez seja saudade da incerteza. Da certeza do nada, da feliz coincidência em tudo. Em todos que encontrei e que me diziam algo novo como...