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Ouço

Ouça. Eu ouço. Há muito, eu ouço. Acabou. Seu, não o meu. Ouço. O meu. Não o seu.

fundo

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Saudade? Não falo.  Não emito. Omito.  Me conduzo arrastando as costas no muro e faço silencio.  Como se não me ouvisse do outro lado.  Baixo a cabeça e me arrasto na beira da cerca,  para que, acaso me veja, pense que não tenho a enorme.  A saudade tanta.  E quando chega você, (me deixas calado da saudade, sinto) não falo.  Continuo mudo e me calas fundo,  beijando-me a boca.

não te vejo

como explicar o inexplicável? como dizer te amo, estando tão longe. sinto arcos e mais arcos me prendendo, e me dizem: sepultado! sepultado! como crer depois de tanto tempo? como não crer em tanta solidão? quero crer, mas não te vejo.

triste

triste; é de onde parto. de onde espero, e parto. a tristeza para mim é um ponto de onde espero a dor passar, ou ficar.

as feridas

as feridas às vezes gritam; - alma! alma! e minha alma escuta, e pergunta; - quem és? - a ferida, a ferida, a ferida! e espantada minha alma argui; - quais? - as do amor, somos. - mas não tenho tais feridas... (reluta minha alma!) - alma! as feridas! as feridas! - quais? (vence minha alma!)

há HORAS que tudo é POUCO. existem alguns MINUTOS que são TUDO.

perco

perco tempo. perco no tempo amando. perco tempo não amando.

diferente

Já não poderia contar com a difernça para saber qual era a diferença que fazia-o sentir-se diferente ou diferenciado, já que agora não fazia diferença. Apesar que nele, a diferença era sentida sempre como sendo algo que fazia-o se sentir-se caminhando para algo que fazia sentido. Diferentemente de quase todo o resto das pessoas que caminhavam como ele mas não pensavam tal e qual. Estranho que não fazer diferença o perturbasse - pois que era diferente - então, que diferença fazia?

amo

amo tanto e tanto que desconfio que seja portanto, apenas o viver,  amar.

vales!

vales... vales pelo que tu andas ou pelo o que vais andar? vales... vás à andar pelos vales ou vais à vau me passar? vales... tanto vales que tu não vais de mim. vales, tu vales.

preguiça

tenho preguiça da discusão partida da alma convencida que uns valem, outros não. há pena em mim. ah! pena que sempre. por isto a preguiça. tenho a preguiça dos esforços em pensar pouco, em pensar demasiado devagar, em pensar muito. tenho preguiça de ter preguiça de manhã, e saber que poucos vão se esforçar, que ninguém vai reparar se esta merda feder. tenho a preguiça como alvo, pois nunca notam que a seta tem que "dar", que garagem não é para parar, que quem vai na frente pode ir devagar. tenho preguiça da tv, de criticar tv, de criticar jornalismo, de cobrir pela internet, o mundo todo em minutos. tenho peguiça pois tudo parece igual. tenho preguiça de casamento, de aniversário, de comemoração. tenho preguiça de perguntar de quem é a festa. todos vão ficar no outro dia com preguiça de trabalhar. isto dá uma preguiça. preguiça de votar, de acompanhar, de resmungar, de sair nas ruas e gritar. tenho preguiça. tenho preguiça de me envolver, tenho preguiça de querer, tenho pregu...

fronte

defronte do que você tem, defronte do que você vê, coloco-me dentro de onde está. debruço-me nas coisas que você observa, olho para o que você quer ter. deito-me esperando a volta, sua volta, de suas ganhas lutas, suas justas. sorrio sabendo que à sua espera, estou eu. durmo tranqüilo meu amor, seus sonhos sãos, meus são.

beneficiária de mim

sem vergonha de ser poeta, poetisa, exprimista, esgrimista, sei lá o que é você. sentir o começo, um suspiro profundo, a dor do mundo, do menino perdido, da saudade descrita. o despiste, do maldito tempo, do bendito agora a razão solapante, a versão da aldeia, a veracidade metropolitana. Soltar o corpo nu, sexo na liteira, maremotos trazendo bobagens, loucuras, santas mulheres imaginadas. Perfeitas medusas, tranças nas pernas, gulosas peruas, olhares seus. Meus! Meus! Meus!

Crisálida

Aonde ir sem encontrar papéis virtuosamente solitários? Gostosos de se tocar como seda, seda que me avermelhe as mãos. Como se a vergonha fosse somente minha ao tocar fora dela. E mesmo ainda sob ela, eu sinta, ela. E que ela me sinta. Aos trinta, quarenta; ao descanso irei, terei todo tempo para olhar e ver o olhar coberto pelo verde. Espantosa maneira de me olhar. E eu serei quedado ao me sentir vertical, onde as pernas tremem e não caio. Pronto para morrer nas alegrias corporais expressas, conduzidas por palavras também, audíveis apenas também após sessenta dias. Pelos mortos cansados de esperar. Crisálida muda o mar e se envolta ao nele se voltear..

entretantos

Se pudéssemos além, e não apenas o dizer-nos? Enchermo-nos de zelos, se pudéssemos, em nossos termos, ter-nos. Ser o tanto, tanto que fosse, sem o entretanto.

*tempo

prefiro assim. seguindo sozinho corro riscos maiores. nem tenho que olhar pra trás.

fome

Eu tenho isto em mim. Esta coisa inexplicável. Um sentimento que vem e vai. Às vezes sinto como se o passado não fosse possível ter vivido. A saudade é tão grande, tão forte a força com que vem, que literalmente o coração para. Às vezes o querer é demais. É querer uma tarde calorenta, suor de sexo, de paixão , de não querer saber se outro dia vem. Ou se outra tarde se foi. Tardes silenciosas com olhares cúmplices com motivos iguais em tudo. Fome.

tempo?

e se viraram e não se viram por muito tempo. e se viram e se viraram por pouco tempo. e se viraram muito por pouco tempo. e por muito tempo viram que viraram um momento. por muito tempo.

romaneio

Passantes mãos em pianos mudos, com letras falantes que marcam a tela, mostram o som da voz distanciada, entre montes e serras, conquistando uma parte desidratada de mim. Longos dias, sem fim ou sem certeza, são os dias preenchidos, posições, promessas de línguas, fórmulas químicas. Inverdades ditas francamente, interessam aos similares. Dependo, defendo os momentos , diversas opostas. Quilômetros trazem-me, melhores momentos doados por alguém.

*não quero o tempo, todo

Eu nunca saberei, as paredes brancas, seriam limpas por estarem cheias de dedos pequenos? Eu não abrirei a porta, sabendo que é chegada a hora que tudo estará em torno. Suspender os braços para esperar, a chegada dos braços, em abraços que se tornam poros trocados. Nunca isto, não. Lidas as lidas, com fortuitas lidas, de minhas lida de descrever, a sua vontade que vem de mim. Não, eu não me caibo, não sou casto, não estarei compartilhando a palma da minha mão com ninguém. Perfume de noites claras, espiam o sofrer por não ter. Eu tenho o tempo, não queria tê-lo por tantos anos me fazendo companhia, tão certo, tão bem contado.