Postagens

Mostrando postagens com o rótulo tempo

triste

triste; é de onde parto. de onde espero, e parto. a tristeza para mim é um ponto de onde espero a dor passar, ou ficar.

as feridas

as feridas às vezes gritam; - alma! alma! e minha alma escuta, e pergunta; - quem és? - a ferida, a ferida, a ferida! e espantada minha alma argui; - quais? - as do amor, somos. - mas não tenho tais feridas... (reluta minha alma!) - alma! as feridas! as feridas! - quais? (vence minha alma!)

há HORAS que tudo é POUCO. existem alguns MINUTOS que são TUDO.

perco

perco tempo. perco no tempo amando. perco tempo não amando.

diferente

Já não poderia contar com a difernça para saber qual era a diferença que fazia-o sentir-se diferente ou diferenciado, já que agora não fazia diferença. Apesar que nele, a diferença era sentida sempre como sendo algo que fazia-o se sentir-se caminhando para algo que fazia sentido. Diferentemente de quase todo o resto das pessoas que caminhavam como ele mas não pensavam tal e qual. Estranho que não fazer diferença o perturbasse - pois que era diferente - então, que diferença fazia?

amo

amo tanto e tanto que desconfio que seja portanto, apenas o viver,  amar.

vales!

vales... vales pelo que tu andas ou pelo o que vais andar? vales... vás à andar pelos vales ou vais à vau me passar? vales... tanto vales que tu não vais de mim. vales, tu vales.

preguiça

tenho preguiça da discusão partida da alma convencida que uns valem, outros não. há pena em mim. ah! pena que sempre. por isto a preguiça. tenho a preguiça dos esforços em pensar pouco, em pensar demasiado devagar, em pensar muito. tenho preguiça de ter preguiça de manhã, e saber que poucos vão se esforçar, que ninguém vai reparar se esta merda feder. tenho a preguiça como alvo, pois nunca notam que a seta tem que "dar", que garagem não é para parar, que quem vai na frente pode ir devagar. tenho preguiça da tv, de criticar tv, de criticar jornalismo, de cobrir pela internet, o mundo todo em minutos. tenho peguiça pois tudo parece igual. tenho preguiça de casamento, de aniversário, de comemoração. tenho preguiça de perguntar de quem é a festa. todos vão ficar no outro dia com preguiça de trabalhar. isto dá uma preguiça. preguiça de votar, de acompanhar, de resmungar, de sair nas ruas e gritar. tenho preguiça. tenho preguiça de me envolver, tenho preguiça de querer, tenho pregu...

fronte

defronte do que você tem, defronte do que você vê, coloco-me dentro de onde está. debruço-me nas coisas que você observa, olho para o que você quer ter. deito-me esperando a volta, sua volta, de suas ganhas lutas, suas justas. sorrio sabendo que à sua espera, estou eu. durmo tranqüilo meu amor, seus sonhos sãos, meus são.

beneficiária de mim

sem vergonha de ser poeta, poetisa, exprimista, esgrimista, sei lá o que é você. sentir o começo, um suspiro profundo, a dor do mundo, do menino perdido, da saudade descrita. o despiste, do maldito tempo, do bendito agora a razão solapante, a versão da aldeia, a veracidade metropolitana. Soltar o corpo nu, sexo na liteira, maremotos trazendo bobagens, loucuras, santas mulheres imaginadas. Perfeitas medusas, tranças nas pernas, gulosas peruas, olhares seus. Meus! Meus! Meus!

Crisálida

Aonde ir sem encontrar papéis virtuosamente solitários? Gostosos de se tocar como seda, seda que me avermelhe as mãos. Como se a vergonha fosse somente minha ao tocar fora dela. E mesmo ainda sob ela, eu sinta, ela. E que ela me sinta. Aos trinta, quarenta; ao descanso irei, terei todo tempo para olhar e ver o olhar coberto pelo verde. Espantosa maneira de me olhar. E eu serei quedado ao me sentir vertical, onde as pernas tremem e não caio. Pronto para morrer nas alegrias corporais expressas, conduzidas por palavras também, audíveis apenas também após sessenta dias. Pelos mortos cansados de esperar. Crisálida muda o mar e se envolta ao nele se voltear..

entretantos

Se pudéssemos além, e não apenas o dizer-nos? Enchermo-nos de zelos, se pudéssemos, em nossos termos, ter-nos. Ser o tanto, tanto que fosse, sem o entretanto.

*tempo

prefiro assim. seguindo sozinho corro riscos maiores. nem tenho que olhar pra trás.

fome

Eu tenho isto em mim. Esta coisa inexplicável. Um sentimento que vem e vai. Às vezes sinto como se o passado não fosse possível ter vivido. A saudade é tão grande, tão forte a força com que vem, que literalmente o coração para. Às vezes o querer é demais. É querer uma tarde calorenta, suor de sexo, de paixão , de não querer saber se outro dia vem. Ou se outra tarde se foi. Tardes silenciosas com olhares cúmplices com motivos iguais em tudo. Fome.

tempo?

e se viraram e não se viram por muito tempo. e se viram e se viraram por pouco tempo. e se viraram muito por pouco tempo. e por muito tempo viram que viraram um momento. por muito tempo.

romaneio

Passantes mãos em pianos mudos, com letras falantes que marcam a tela, mostram o som da voz distanciada, entre montes e serras, conquistando uma parte desidratada de mim. Longos dias, sem fim ou sem certeza, são os dias preenchidos, posições, promessas de línguas, fórmulas químicas. Inverdades ditas francamente, interessam aos similares. Dependo, defendo os momentos , diversas opostas. Quilômetros trazem-me, melhores momentos doados por alguém.

*não quero o tempo, todo

Eu nunca saberei, as paredes brancas, seriam limpas por estarem cheias de dedos pequenos? Eu não abrirei a porta, sabendo que é chegada a hora que tudo estará em torno. Suspender os braços para esperar, a chegada dos braços, em abraços que se tornam poros trocados. Nunca isto, não. Lidas as lidas, com fortuitas lidas, de minhas lida de descrever, a sua vontade que vem de mim. Não, eu não me caibo, não sou casto, não estarei compartilhando a palma da minha mão com ninguém. Perfume de noites claras, espiam o sofrer por não ter. Eu tenho o tempo, não queria tê-lo por tantos anos me fazendo companhia, tão certo, tão bem contado.

não, você.

Não te esqueço nem quando não tento Não te quero mais do que muito mais Não te vejo mais do que dentro de mim Não te espero há muito tempo daqui Não te beijo assim desde amanhã

j.b. de oliveira

teima mas não aposta. meu avô dizia. acho que foi dele que ouvi isto a primeira vez. e me disse mais, muito mais me ensinou meu avô jb. lembro dele sentado no sofá junto à luz do abajourt, em sua imensa sala de visitas, apartamento gigantesco no centro da cidade, lendo ou estudando. sempre foi assim e no final da vida, já sem poder ler por causa da vista, me chamava para falar de suas várias leituras de dicionários cheios de papéizinhos laranja, com anotações de erros e ausência de palavras que ele apontava com precisão. e, antigamente, lendo os filósofos gregos, em alguns casos no original grego arcaico, me falava da filologia e etimologia das palavras. quando me viu interessado em uma enciclopédia/dicionário, quando eu tinha pouco mais de 14 anos, imediatamente encomendou-o pelo correio. lembro de, ao abri-lo, e ver as bandeiras dos países reproduzidas na contra capa, ter um prazer enorme. ficamos eu e ele adivinhando o nome dos países em uma espécie de competição. meu avô ganhou. e ...

tem

não tem coca não tem torta não tem diamante negro não tem luz não tem paz não tem raiz não tem leite não tem café sem açúcar não tem velocidade não tem poesia não tem montanha não tem rio não tem sampa não tem mar não tem flores não tem edredon não tem sol não tem moto não tem foto não tem por perto não tem piscina não tem suco de limão não tem cão não tem desabafo não tem tapete não tem sofá não tem lost não tem notebook não tem sombra não tem churrasco não tem cozinha não tem louça pra lavar não tem praia não tem livro não tem leitura não tem ouvido não tem ninguém não tem música não tem estrada não tem violão não tem pessoas não tem criança não tem solidão não tem lagoa não tem bicicleta não tem porão não tem estrela não tem céu não tem frio não tem bronzear não tem caminhada não tem foto não tem filosofar não tem paixão não tem mulher não tem sexta não tem impressão não tem temperos não tem beleza não tem cristão não tem ofício não tem distância não tem lugar não tem desconhecido n...