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Mostrando postagens com o rótulo solidão

forma de (se) viver-se

sempre achei que triste era a forma de viver e de sentir-se, tão. e, hoje, morro. nela. à tristeza. tchin, tchin! (antiga expressão chinesa que quer dizer: saúde!)

triste

triste; é de onde parto. de onde espero, e parto. a tristeza para mim é um ponto de onde espero a dor passar, ou ficar.
ai... e ainda, ai.

diferente

Já não poderia contar com a difernça para saber qual era a diferença que fazia-o sentir-se diferente ou diferenciado, já que agora não fazia diferença. Apesar que nele, a diferença era sentida sempre como sendo algo que fazia-o se sentir-se caminhando para algo que fazia sentido. Diferentemente de quase todo o resto das pessoas que caminhavam como ele mas não pensavam tal e qual. Estranho que não fazer diferença o perturbasse - pois que era diferente - então, que diferença fazia?

luto

na noite, a chuva levantou os cheiros de memórias invisíveis. sobrepôs anos sobre o dia. não houve imagens que fizessem o descanso chegar. em vãos secretos deitou seus olhos. esperou as horas comuns dos trinta dias incomuns. lutou contra o luto falso. (no outro dia estava entre cristais, madrepérolas e sedas) (sentido perfeito, único, novo e prometido) junto mais palavras por sentir?

*não quero o tempo, todo

Eu nunca saberei, as paredes brancas, seriam limpas por estarem cheias de dedos pequenos? Eu não abrirei a porta, sabendo que é chegada a hora que tudo estará em torno. Suspender os braços para esperar, a chegada dos braços, em abraços que se tornam poros trocados. Nunca isto, não. Lidas as lidas, com fortuitas lidas, de minhas lida de descrever, a sua vontade que vem de mim. Não, eu não me caibo, não sou casto, não estarei compartilhando a palma da minha mão com ninguém. Perfume de noites claras, espiam o sofrer por não ter. Eu tenho o tempo, não queria tê-lo por tantos anos me fazendo companhia, tão certo, tão bem contado.

com fitar

sua certeza absolutamente correta, ancorou-me na verdade na qual sempre estou. apenas imagino se sua pouquíssima permissão por mim imaginada, seria toda assim mesmo ou parte da verdade desejada por mim. não poderia ser a verdade absoluta, escondida em sua vastíssima estória de fugas planejadas. contemplando as vestimentas preferidas pela estrela de toda minha vida, como diria o poeta itabirano, que também imaginou a pedra no caminho, pois é que, quando meus olhos fitam novamente sua beleza de cores iguais as escolhidas, refaço-me semipoeta, e encolhido dentro de uma paixão desmedida, como deve ser o reflexo de minha vontade de tê-la como a escolhida, tenho-me refeito da falsa vontade de que tudo por você sentido já tenha passado. e passado e pasmado, olho a mesma lua não mudada. e é como se uma semana apenas tivesse ultrapassado o peito. o coração, a fácil explicação e força de expressão de quem deseja o amor inteiro, por inteiramente entregue a alguém que tornará e tornará e tornará. ...

não era para ser agora

só é ruim quando paro de fazer...e então tenho que pensar... o acordar, pra vida desacelerada, me dói... me coloca extenuado ao lado dela... a vida... e o corpo diz..."a alma não suporta, descrê, enredada fica".

tem

não tem coca não tem torta não tem diamante negro não tem luz não tem paz não tem raiz não tem leite não tem café sem açúcar não tem velocidade não tem poesia não tem montanha não tem rio não tem sampa não tem mar não tem flores não tem edredon não tem sol não tem moto não tem foto não tem por perto não tem piscina não tem suco de limão não tem cão não tem desabafo não tem tapete não tem sofá não tem lost não tem notebook não tem sombra não tem churrasco não tem cozinha não tem louça pra lavar não tem praia não tem livro não tem leitura não tem ouvido não tem ninguém não tem música não tem estrada não tem violão não tem pessoas não tem criança não tem solidão não tem lagoa não tem bicicleta não tem porão não tem estrela não tem céu não tem frio não tem bronzear não tem caminhada não tem foto não tem filosofar não tem paixão não tem mulher não tem sexta não tem impressão não tem temperos não tem beleza não tem cristão não tem ofício não tem distância não tem lugar não tem desconhecido n...

nem...

nem tanto, nem tão. apenas o bastante para parar. apenas o basta quereria. nem sim, nem.  não! o nem, para mim, disjuntiva, a sua conjuntiva.

viver o tempo

chegara quase vivo. era quase inteira sua certeza de amá-la. tempo. era bom que existisse tanto espaço, tantas palavras. consolos, é o que eram. os sentimentos se não eram novos, se não controlados, eram todos humanos demais. sublimes demais. mesmo a tristonha certeza, era capaz de apagar a falta de razão de viver. afinal viver, era paixão, desencontros, incompreendidas suspeitas de amor, diferenças de matérias mortais. agora o sono, era pedido que vinha mais cedo e dormir ajudava. sonho? não tinha, era sintoma de esquizofrenia, que sabia ter herdado. ou adquirido enquanto vivia se apaixonando por todas que eram como ele. daqueles tipos que ouvem o outro chamar o nome.

assim, sim.

eu te amo. amo não para sempre, há tanto amor assim... amo suas idas e vindas por aquele espaço seu, amo a saudade de você me mostrando como, amo suas curvas curtas, amo seus seios pequenos, suas pernas brancas, seus detalhes intocados. Amo como se foi, como se fosse ficado, amo a palavra dita, a mal dita, a nunca proferida, por nunca ter me amado. Amo sua mente desconhecida, seu estado de estudo, sua prancha de salvação, sua felicidade independente de mim, seus gostos opostos aos meus. E amo amar assim, amo amar sozinho, aqui no meu cantim...

cruzeiro

Contentei-me com a morte de parte, Aquele cruzeiro ao longe, branco lateral com o horizonte para todos os lados, A estrada sem entradas laterais ou cruzamentos de dúvidas, Com a neve sem frio, em fotos de fatos sem panos meus, Pasmado sem o ânimo no selim, sem a força do joelho agora quebrado, Com as frases em cima de outras, coloco-me sob seu mundo, Solitário com a falta dos meus pêsames, seus, Coloquei-me em bruços, de brusco, para os olhos do mundo, Contento-me em ser somente meu.

estas

o que haverá ou o que há não saberá. são estranhas mostram entranhas mas não se arranha nem a casca. mexem na teia encampam os mortos soltam os corpos pelas metades inteiras. consolam-se em si enquanto estamos aqui esperando o lá estupram nossos nós. passaram sozinhas arrumando casinhas enquanto os ovos esbarravam nos outros. perdidas não cedem não choram mais não pedem amor não falam a própria dor.
Perdemos tempo sendo.Presos no mundo de outros, enquanto tudo acontece ao nosso redor. Dentro de mim há algo que não me pertence e eu quero dá-lo à você. Estou angustiado pois eu não sei quanto tempo vou agüentar na superfície. Pegue umas tesouras na mesa, pegue-as. Venha recortar minha revista. Tenho tudo pra te dar e me reconhecer em você. Minha vida não me presta se estou sozinho em mim mesmo. Ah! quanto tempo não sinto-me tão em mim. Suave tristeza é quanto sai daqui, mas o muito ainda está lá dentro. Venho me aproximar de outros para que me veja neles, para ter certeza que tambem sou tolo o bastante pra crer. Não quero brigas, ciúmes, muito menos lisonja, quero apenas um pouco de você em mim. Ou um pouco de mim andando com você. Chega de andar pelas ruas ou voar de avião pensando que algo vai acontecer. Se não quiser fazer comigo vou entrar de volta e ficar quieto até o vulcão explodir. Pena que a vida seja exatamente assim, "uns vão, uns são". Esta é a copia de tudo, e...

Duro é saber que uma hora páro de sentir

O s cachos de banana estão quase maduros e talvez Paulinho venha buscar o seu que lhe prometi. Quando saí para procurar a lua, lembrei que prometi a ele, já vão quase dois meses. Sempre aspiro alua pra dentro de mim quando preciso de ar. Falta oxigênio no cérebro destes loucos que não param de pensar. Fiz bacalhau hoje. Não paro de pensar um minuto em escrever. Já vão seis dias que as palavras saem de dentro de mim. Li certa vez que escrever doia. Nunca entendi assim, pois pouquissímas vezes me doeu tanto escrever quanto tem sido. Meu filho disse que o bacalhau ficou um pouco salgado. Também com tanto sal no mar, eu lhe disse. Li também que escrever era como ter um filho, um parto. Algo que sai de dentro de mim meio arrancado, já não quero muitas vezes que nem exista alguns sentimentos. Negação. Sobrevivemos como podemos. Que saudade do quê não sei. Talvez seja saudade da incerteza. Da certeza do nada, da feliz coincidência em tudo. Em todos que encontrei e que me diziam algo novo como...