esquecerei
Não tenho uma escolha que me acolha depois de fazê-la. Tenho uma coberta fina com a qual eu cubro a cabeça, com medo que ao fechar os olhos eu encontre com ela. Fecho os olhos para sonhar acordado até quando amanhece o dia de entardecer minha vida. Dobro o corpo com esta dificuldade que vem da preguiça de ter novamente a posição de encarar frente a frente a ausência. Caminho com passos medrosos de não ser o que penso, de não ser o que simplesmente quero, de não ser eterno o desejo que acaba sempre no dia anterior. Desejo o encontro com a paisagem que vi da janela aberta sem querer, sem pensar, sem dúvida. Esquadrinhando o coração, procuro mais que os motivos, pois a letra que eu não entendo, eu não posso repetir enquanto tento ler. Agora, que seria o encontro das pernas dobradas, do assento frente ao outro, eu não encontro a forma de parar. De cessar o engolir o que eu não tenho, o que me deste da razão de viver. É seu, meu momento desde aqui, lugar de consolo no pai, quando nem mesmo ...