Duro é saber que uma hora páro de sentir
Os cachos de banana estão quase maduros e talvez Paulinho venha buscar o seu que lhe prometi. Quando saí para procurar a lua, lembrei que prometi a ele, já vão quase dois meses.
Sempre aspiro alua pra dentro de mim quando preciso de ar. Falta oxigênio no cérebro destes loucos que não param de pensar.
Fiz bacalhau hoje. Não paro de pensar um minuto em escrever. Já vão seis dias que as palavras saem de dentro de mim.
Li certa vez que escrever doia. Nunca entendi assim, pois pouquissímas vezes me doeu tanto escrever quanto tem sido. Meu filho disse que o bacalhau ficou um pouco salgado. Também com tanto sal no mar, eu lhe disse. Li também que escrever era como ter um filho, um parto.
Algo que sai de dentro de mim meio arrancado, já não quero muitas vezes que nem exista alguns sentimentos. Negação. Sobrevivemos como podemos.
Que saudade do quê não sei.
Talvez seja saudade da incerteza. Da certeza do nada, da feliz coincidência em tudo. Em todos que encontrei e que me diziam algo novo como por exemplo: olha o céu que lindo com a lua clareando.
Meu peito dói. Acho que é solidão de mim mesmo.
Vontade de voltar a pular a linha de trem em Santa Tereza, chupar bala de um centavo vendida na venda de Dona sei lá, não me lembro. Comer frango chupando os dedos na casa da Tia Maria e vendo a Mercês sorrindo com os olhos. Acho que não tinha os dentes.
Ai meu Deus, que dor gostosa.
E aquela moça bonita toda airosa que meu cachorro assustou quando ela passou? Eu sei que ela vai passar pela minha rua e me dizer bom dia. Mas nem vai olhar pra dentro do meu jardim. Poesia na varanda da minha casa ela nem quer ouvir falar.
O bacalhau não tava salgado. Faltava tempero. A vida tem que ir sendo temperada, para parecer palatável. Tem que também pintar e enfeitar para parecer bonita.
Aparência é tudo, seja qual for sua preferência. Vai escrevendo que uma hora sai o filho, uma hora pára de doer. Ou então eu paro de sair de dentro de mim e me mostrar no meu jardim.
E as bananas? não estão ainda verdes no meu quintal? será que Paulinho vai ficar feliz quando ver que eu lembro?
Sempre aspiro alua pra dentro de mim quando preciso de ar. Falta oxigênio no cérebro destes loucos que não param de pensar.
Fiz bacalhau hoje. Não paro de pensar um minuto em escrever. Já vão seis dias que as palavras saem de dentro de mim.
Li certa vez que escrever doia. Nunca entendi assim, pois pouquissímas vezes me doeu tanto escrever quanto tem sido. Meu filho disse que o bacalhau ficou um pouco salgado. Também com tanto sal no mar, eu lhe disse. Li também que escrever era como ter um filho, um parto.
Algo que sai de dentro de mim meio arrancado, já não quero muitas vezes que nem exista alguns sentimentos. Negação. Sobrevivemos como podemos.
Que saudade do quê não sei.
Talvez seja saudade da incerteza. Da certeza do nada, da feliz coincidência em tudo. Em todos que encontrei e que me diziam algo novo como por exemplo: olha o céu que lindo com a lua clareando.
Meu peito dói. Acho que é solidão de mim mesmo.
Vontade de voltar a pular a linha de trem em Santa Tereza, chupar bala de um centavo vendida na venda de Dona sei lá, não me lembro. Comer frango chupando os dedos na casa da Tia Maria e vendo a Mercês sorrindo com os olhos. Acho que não tinha os dentes.
Ai meu Deus, que dor gostosa.
E aquela moça bonita toda airosa que meu cachorro assustou quando ela passou? Eu sei que ela vai passar pela minha rua e me dizer bom dia. Mas nem vai olhar pra dentro do meu jardim. Poesia na varanda da minha casa ela nem quer ouvir falar.
O bacalhau não tava salgado. Faltava tempero. A vida tem que ir sendo temperada, para parecer palatável. Tem que também pintar e enfeitar para parecer bonita.
Aparência é tudo, seja qual for sua preferência. Vai escrevendo que uma hora sai o filho, uma hora pára de doer. Ou então eu paro de sair de dentro de mim e me mostrar no meu jardim.
E as bananas? não estão ainda verdes no meu quintal? será que Paulinho vai ficar feliz quando ver que eu lembro?
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