Sinto muito frio ultimamente, principalmente quando abro a porta do seu coração. Coragem me falta é de esquecer você e partir, descendo as escadas da torre em que estás. Escrevo cada vez mais próximo do real, é este o perigo atrás de mim, me acompanhando, pisando em meu calcanhar. Eu, todinho Aquiles, corro de acordo com a ordem, mas o quero mesmo é me atirar nos pés da Deusa e tocar em seu ponto mais sensível, que sou eu. Aguça-se em mim o instantâneo de uma voz que não reconheci como sendo a sua, mas as palavras sim. Revelou algo que jamais veria sem me abaixar e me revelar; você estava lá e pronta. Para ferir na nuca, sem se mover, sem som, com as ordens dadas. Move-se na sombra que meu coração exposto faz e não conheces o efeito desproporcional de tanta força.
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mentiras
Falta
Não. Não é saudade. É falta. É necessidade básica. De ter ao lado, de esticar a mão. De deitar no colo. De sentir que tudo vai bem. Ou que ficará logo, logo. É uma raiva contida pela possibilidade e pela impossibilidade. De ser um dia possível e de ser hoje impossível. É a incompreendida alegria distante de mim. É parado e quieto com palavras para dizer. É estar só, e no entanto, ter tão presente que a ausência preenche, toma tudo, revela-se dona. É precisar o querer. É querer não precisar. É precisa a falta. Falta. E só.
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