Tudo o que mais nos uniu separou/Tudo que tudo exigiu renegou/Da mesma forma que quis recusou/O que torna essa luta impossível e passiva/O mesmo alento que nos conduziu debandou/Tudo que tudo assumiu desandou/Tudo que se construiu desabou /O que faz invencível a ação negativa/É provável que o tempo faça a ilusão recuar/Pois tudo é instável e irregular/E de repente o furor volta/O interior todo se revolta/E faz nossa força se agigantar/Mas só se a vida fluir sem se opor/Mas só se o tempo seguir sem se impor/Mas só se for seja lá como for/O importante é que a nossa emoção sobreviva/E a felicidade amordace essa dor secular/Pois tudo no fundo é tão singular/É resistir ao inexorável/O coração fica insuperável/E pode em vida imortalizar/Paulo César Pinheiro e Eduardo Gudin - 1974
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mentiras
Falta
Não. Não é saudade. É falta. É necessidade básica. De ter ao lado, de esticar a mão. De deitar no colo. De sentir que tudo vai bem. Ou que ficará logo, logo. É uma raiva contida pela possibilidade e pela impossibilidade. De ser um dia possível e de ser hoje impossível. É a incompreendida alegria distante de mim. É parado e quieto com palavras para dizer. É estar só, e no entanto, ter tão presente que a ausência preenche, toma tudo, revela-se dona. É precisar o querer. É querer não precisar. É precisa a falta. Falta. E só.
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