reveja, outubro de 2008

Quarta-feira, 1 de Outubro de 2008

aberto
Minhas perguntas não são feitas para mim em todo tempo,
já que não quero ou não posso respondê-las agora.
Faço perguntas ao vento, aspirando mais sentimentos do que respostas.
Pergunto a lua com um olhar de me leva e me deixa ser o motivo para ver.
Pergunto ao tempo:
quanto tempo e quando?
Minhas perguntas são montadas em cima de folhas secas que piso,
quando caminho pensando em você.
São montadas no barulho do e-mail chegando, da página se abrindo,
ou sobre a mensagem enviada.
Pergunto à madrugada se haverá uma alvorada ao seu lado,
e se tocará uma música qualquer antes, durante e depois,
para ficar marcada como relevo na capa do romance que não vivi ao seu lado.
Pergunto aqui e ali se o querer do não poder é justo.
Se é irrepreensível.
Pergunto, às minhas lágrimas, se elas continuarão a causar-me desamparo.
Pergunto com letras, como estas que te escrevo,
se me querer pode ser assim tão distante, tão distante, tão ausente de algum sinal.
Pergunto quando o riso me vem, se entrego a ti ou deixo ficar e se apagar, apenas para mim.
Pergunto, absorto de loucura, se haverá o fim, se houve começo.
Se me ouve.
Ouve-me agora!
Não posso deixar as perguntas me tomando o corpo e a razão,
que já não domino.
Minha pergunta sem resposta é esta também: minha dor te interessa?

Comentários

Belíssimas palavras a espelhar um estado de alma em constante interrogação. Que é a nossa vida senão um permanente interrogar?

Destaco a expressão em que parei a leitura e nela me demorei... também não encontro resposta.

"Pergunto aqui e ali se o querer do não poder é justo".

Fim de semana de muita alegria
Aprendiz disse…
E a dúvida persiste, a tua dor é também a dela? Bela manifestção de impotência, de irrequieta desilusão.
Abraço
Sua dor me interessa.

De arte, de vida, de poeta: a mim, sim!

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