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Mostrando postagens de 2011

gasolina

ele chegou e a viu com uma lata de gasolina na mão e na outra, fósforos. olhou em volta e viu três ou quatro caixas de papelão. reconheceu seus livros e outras coisas. olhou para ela e pensou em perguntar "onde está o disco do pixinguinha?" antes que dissesse, percebeu seu olhar blasé. ela disse: - você vai falar alguma coisa?

lembrei

- quando começamos a nos falar... - o que? - quando começamos, eu prestava tanta atenção no que você falava que... - que...? - eu ficava meio dopado, sabe? - como assim? - eu me sentia meio na lua... - sentia??? - vem cá...vem... - vai molhar do lado de fora... - não tem problema, me dá um beijo. - tá molhando o chão... - ahan... você pisa com o pé molhado também...

delícia de texto

http://perdendo-o-medo.blogspot.com/2011/07/dueto-virtual-de-um-romance-astral.html

tudo

é ilusão...tudo o tempo perdido, o tempo investido o amor dado, o amor recebido o esperar, o desesperar o soanhar, o ralizar o querer, o perder...

pra não dizeres

eu dizer que amei? eu dizer que sonhei em você? eu dizer que nao há, sem você? eu desdizer o que já disse? eu dizer não consigo pensar? eu, não conseguir dizer? eu dizer não quero? eu dizer, não mais? eu te dizer? pra não dizeres, não direi

body and soul

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My heart is sad and lonely For you I sigh, for you dear only Why haven't you seen it? I'm all for you body and soul I spend my days in longing And wondering why It's me you're wronging I tell you I mean it I'm all for you body and soul I can't believe it It's hard to conceive it That you'd turn away romance Are you pretending? Looks like the ending Unless I could have one more chance to prove Dear, my life's a wreck you're making You know that I'm yours for just the taking I'd gladly surrender body and soul
não tenho nada pra dizer tenho para tentar entender, ou não. sabe quando você não sabe de nada? não entende nada? nada!??? pois é... nem eu....mesmo!

olhei-me

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passei rápido pela porta passei-a. sequei o corpo e sequer. falando falei ouvir-me. olhei-me e não me vi.  

dia seguinte

eu tenho uma esperança, uma única; o dia seguinte não chegará. tenho um profundo desejo, que a segunda, seja sexta. tenho, nela, meus sonhos realizados.

olhar

tem horas que é olhar para o lado e dizer. "amo você" "preciso de você" "te admiro" "sonho com você" mas olhar e não te ver. puxa...

para meu amor

sou um homem feliz. e se tive, ou tenho medo de sê-lo, hoje, posso dizer: "tenho medo e sou feliz" porque se pego em sua mão, me sinto mais que todos os instantes seguintes, pois, sou apenas eu e você, de mãos dadas.

quatriste

tenho agora tantas dúvidas de mim mesmo que já não me animo. pergunta-me. pois se a resposta é vaga, a vaga vem e quebra a resistência. se a resposta é triste e sem esperança, é um vão a busca. e vão-se em volta os que não me escutam dizer; "vão embora!", "vão-se daqui de perto!". e soslaio o olhar para ver se aquele alguém não me ouviu, pensando ser com ela. tenho sorte de ser tão tímido, tão curta minha vista e tão distante meu horizonte, vertical curto. jaz feita a sorte. rarefeito por defeito de criagem. vão-se os dedos entre os dedos. sei que dedos são. sei! mas e as mãos? de quem são? me explico, quando mostro por dentro, por dentro, por dentro... não entendo. me sou só.

sorriso

ela já sorria antes, e agora ele que via. e viu tão bem, que sorriu junto. mas passou o tempo, e agora faz chorar. esqueceu que vira sorrir. olhou para si e viu, o choro já existia.

sensação

tenho a sensação de estar perdendo algo. a sensação de não ter mais, mais nunca. a sensação ruim de não fazer o que deveria. de não poder pedir perdão, de não ser ouvido nunca mais. nunca mais da mesma forma.

apenas amar

eu queria apenas amar apenas isto, amar. nada mais. em tudo. te amar.
eu não amo? nunca amei? diz-me, é assim? nunca amarei. digo, assim.

s

não sei se mal ou bom. sei de memória, do lagarto no congelador à espera de ser cozido, sei do tapete vermelho e preto. não sei se lembro, ou se esqueço.
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Escrito por Xico Sá às 15h58 21/05/2011 FOLHA DE SÃO PAULO Como observar a pessoa amada quando dorme Sábado é dia de murchar a bola do realismo aqui neste pedaço e ser, em outras palavras, muuuito romântico. Quem sopra o mote é o velho escritor Alberto Moravia, o comuna mais lírico do mundo, sempre aqui na cabeceira: "Amar, além de muitas outras coisas, quer dizer deleitar-se na contemplação e na observação da pessoa amada”. Está certo o romano e tem como avalista outro gênio, o recifense Antônio Maria -o grande cronista que aparece com ciúmes até dos apresentadores da tv no livro da Danuza: "Um homem e uma mulher jamais deveriam dormir ao mesmo tempo, embora invariavelmente juntos, para que não perdessem, um no outro, o primeiro carinho de que desperta." Experimente você também, sensível rapariga, vê o seu homem quando dorme. Há uma beleza nessa vigília que os tempos corridos de hoje não percebem. Amar é... vê-lo(a) dormindo. Como aí na ilustração picassi...

musiquinha no ritmo de pagode

você pensa você diz mas não me deixa não me deixa não me deixa no início do caminho. nao me deixe ficar sem me lembrar que amar é assim exatamente como tem me ensinado. minha amada minha tudo você pense e me diz que não me deixa

music for nothing

I've been so many places in my life and time I've sung a lot of songs, I've made some bad rhyme I've acted out my life in stages With ten thousand people watching But we're alone now and I'm singin' this song for you I know your image of me is what I hope to be I've treated you unkindly but darling can't you see There's no one more important to me Darling can't you please see through me 'Cause we're alone now and I'm singin' my song for you You taught me precious secrets of the truth, with holdin' nothin' You came out in front and I was hiding oh yeah But now I'm so much better so if my words don't come together Listen to the melody 'cause my love's in there hiding ooh yeah yeah yeah yeah ohh I love you in a place where there's no space or time I love you for my life, 'cause you're a friend of mine And when my life is over, remember when we were toge...

forma de (se) viver-se

sempre achei que triste era a forma de viver e de sentir-se, tão. e, hoje, morro. nela. à tristeza. tchin, tchin! (antiga expressão chinesa que quer dizer: saúde!)

triste

triste; é de onde parto. de onde espero, e parto. a tristeza para mim é um ponto de onde espero a dor passar, ou ficar.

seu

não! não quero aqui dizer! quero dizê-lo ao ouvido. soprar no seu ouvido. eu amo você! quero vivê-lo! o amor. seu!

poesia

o que era poesia?/poesia era o que eu queria o que é querer?/querer é hoje o meu viver

o outro

eu nasci no dia seguinte à morte do meu pai. alguém me disse, no mesmo corredor da nossa casa onde meu pai caiu e não se levantou mais: - agora você é o homenzinho da casa. precisa obedecer sua mãe e ajudar a cuidar de seus irmãozinhos. eu queria ser formiga nesta idade. ficava horas, no fundo do prédio da quadra 406, bloco d, brasília, olhando as formigas trabalhando. achava aconchegante o ninho. eu era o caçula. o que esperavam de mim exatamente? não entendi bem, mas depois. muito tempo depois aquelas duas frases pesaram em mim como luva de concreto em minhas costas. lembro do sol e do cheiro de rosas no enterro do meu pai, e, lembro também de tia célia pegando os pés do meu pai no caixão e puxando ele para baixo. último conforto. meias pretas finas. cheiro de rosas. nunca mandei rosas pra ninguém. apenas flores do campo que descobri não terem cheiro quase nenhum. tomava remédio naquela época, tinha eu seis anos pra sete. remédio grande, de ferro. fingia que engolia e ia pa...

estudando

estudando amar amando estudar amar estudando enquanto isto amo

triste

triste por não falar o que quero, ou como quero. triste por não saber voltar. triste por pensar no que fica, e se fica. triste por não saber se falei, ou como falei. triste por pensar que não devia, ou porque não. triste por estar aqui. triste por não estar aqui. triste por ter medo, e por seu medo. triste.

mentiras

mentira. que dirás da mentira? mentiras. que direi das mentiras? mentira!

Reveja domingo, 6 de julho de 2008

Sente isto Ela ouve algo que deve ser importante, algo que lhe chama a atenção, que lhe trás uma sensação boa. Não era demais se parasse para ouvir. Parecia música, poema ou perfume. Aspirou fundo e prendeu-o durante alguns segundos, como que querendo reter partículas em seu ser. Sentiu que estava gravando em seu cérebro algo mais pra poder continuar vivendo. Era um momento bom, sentiu-se flutuando a alguns centímetros do chão e quando pousou já não era sua vida toda que importava, como a poucos instantes, mas aquele momento lhe faria diferença em toda ela. Ela era única, eterna para outros, a pessoa mais importante em toda situação. Soube que o que ela causava em outras pessoas era fruto completamente de si mesma. Via agora os objetos como se estivesse em volta deles e não ao contrário. Esbarrando nos braços dos que andavam com ela, controlou o ímpeto que lhe veio para dizer que ela sentia amor por todos. Estava em um único instante da vida e achava que já havia sentido isto antes,...

reveja sexta-feira, 21 de novembro de 2008

era Era surdo, era mudo, era falado. Era tudo, era mundo, era fundo, era gritado. Era meu, era seu, era para mais ninguém. Era estrela, era planeta, era lua. Eram os meus olhos, os seus, eram olhares. Era pensamento, era momento, era saudade. Era suspiro, respiro, era sem ar. Era fome, era jejum, por dias inteiros. Era sonho, era insônia, era acordar. Era verdade, era mentira, era no meio. Era encontro, era perdido, era esbarro. Era conto, era canto, era poesia. Era espanto, era, um tanto, Era um tanto, era no entanto, bastante. Era você, era eu, por eras.

lado

ela não entra não me fita última face nada novo tira as armas está no lugar mas onde? está louco? olhe o não estou cético quebro o luto mas não? mas o que? ir ou não qual o lado? ver o sim.

esperando

você fica sentada no seu lugar, enquanto eu aqui deitado, estou à beira de enlouquecer.