depressão
"Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
e nunca chego a ti"
Caetano
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
e nunca chego a ti"
Caetano
Depressão na pista.
Símbolo que me incomodava,
palavra que me acha. Depressão em mim, não é tristeza. Ela, eu expulso, assim
como todo pensamento.
Tristeza vem e até gosto do
sabor.
Alguma melancolia com a chuva
caindo devagar, nas gotas barulho eterno. Todas elas se parecem, todas me fazem
lembrar.
Depressão não depende de mim,
de você, de ninguém. Ela vem se acomoda o dia, acomoda a noite, me acomoda.
É tão forte que a força que
existe é somente dela.
E deito, durmo, muito.
A depressão me enche de esperança
todos os dias;
de acordar ou dormir sem ela,
com algo que me diga que tudo será diferente.
A depressão em mim me despedaça
e cola tudo em cacos pequenos, em partes que nunca estão juntas, não se colam não
se merecem não se importam uns com outros.
Não há
ânimo, nem desânimo.
Não depende de nada e depende
de tudo. E tudo não vale a pena para o deprimido como eu.
É tudo doído, doido. Corroído
por dentro.
Me calo para tudo e todos. Quem
me salvará de mim mesmo?
Sertralina, Ibuprofeno, são
pílulas mágicas. Tomo por acreditar em magia.
Um me
diz;
"Sai desta!".
Outros me dizem;
"mas, você?",
"não dá para notar".
Mas é ela que manda, que me
tira a fome toda, que não me deixa levantar, que me faz desacreditar em mim, na
vida. No que penso.
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