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Mostrando postagens de março, 2009

os tais

onde? onde estarão os seres amenos? os que queremos ao lado. estarão em algum lugar especial para eles? talvez estejam dentro do vidro de figos que Tia Corália fez. ou devem se encontrar, e, se sentando em cadeiras de madeira, falam de mim. e de você. riem-se, como meninos e meninas levadas, e se escondendo de nós, plantam seus sorrisos belos, suas palavras queridas, suas faces tão belas, em terras cultivadas por nós. talvez estejam na lombada seguinte da estrada. conheces? nos olham distante, não vemos se nos vêmm. quando se deitam, olhamos seus corpos verticais, colocando seus cabelos por trás da orelha. são meros os meus. são manada, estas crianças, tranquilos são, os que comem, os que escolhem os sais, os tais, os quais.

terra

a terra tem olho azul e pele branca. suas águas me entornam e suas terras me têm.

julho de 2008, revendo

Terça-feira, 1 de Julho de 2008 Leite Preciso deixar-me sair de dentro de mim. Já. Preciso ir a algum lugar para me observar, de fora para dentro. Preciso descansar de mim, de você que está tão aqui dentro. Solidão de dor, de consciência, de esperança, de certezas tristes, de coisas tangíveis e eternas. Quero a companhia do passageiro, da passageira, do que vai morrer logo ali. A companhia das coisas que a gente vê, rapidamente, e guarda na memória pra lembrar depois, se precisar. Desespero total a curto prazo, melhor que pensar em tê-la sem tê-la, de tê-la a pensar sem pensar... Quero me aninhar em mim mesmo, mesmo sabendo que daqui não sai leite morno, colostro. Nem carinho de pai. Sinto não poder ter-me em ti.

primeira carta

Tento achar algo que possa ser longo o bastante para que estendas a mão e entenda a aspereza de quem quer servir-te Quando acordo, não é em você que penso logo, nem durante o dia ao menos, mas perto do meio dia, sim, eu me lembro de sua claridade. Diferentemente de outros dias, quando lembro de você, algo seu me anima. Sei que seus pensamentos são muitos, e, não quero ser confusão no meu modo de falar. Quem está mais próximo, à sua volta, pode abraçá-la, tocá-la e beijar suas mãozinhas, que imagino, sejam pequenas. Eu não. Isto me faz ficar mais próximo de você do que se realmente estivesse. É esta uma das emoções que tenho hoje. Não ter o que é de outros, de outras, de épocas ou de anos mais recentes que os meus, tem sido a rotina. Sei que sua sede de viver ainda será muita e esta sede não lhe faltará na vida, às vezes. A vida é assim mesmo, depois de vários outonos febris, verões esperançosos, primaveras e invernos tristes ou sombrios, ficamos menos dependentes da vida que esperamos ...

reveja, julho de 2008

Sexta-feira, 11 de Julho de 2008 linda não é de modo nenhum/não se pode/ serei completo /o momento exige/ a forma e conteúdo permitem/ o silêncio não é a solução/ conter o turbilhão será insuportável/ portanto digo/ linda!

reveja, junho de 2008

Sábado, 28 de Junho de 2008 Mais além Conscientemente eu almejo ter seu corpo, esquio, escalo, domino. Finco minha bandeira ao alto do monte e acaricio seu manto, e sinto o vento de seu suspiro aumentando meu contentamento em estar colado, calado, corpos respirando juntos, sucessivos e conjuntos na respiração vagarosa, prazerosa, momentânea e completa, já que a vida podia terminar agora. O que seria pra manchete que ninguém entenderia, o porque de tanta paixão, corpos nus encontrados no ato final. Eu te desejo como mulher que és, como senhorinha, como suco, tomo-o, sorvo-o, e para te enaltecer, digo que és uma delícia, carne viva e branca, leitosa, longa, sem fim. e acima e abaixo eu acaricio esta pele, estes poros.
Tudo o que mais nos uniu separou/Tudo que tudo exigiu renegou/Da mesma forma que quis recusou/O que torna essa luta impossível e passiva/O mesmo alento que nos conduziu debandou/Tudo que tudo assumiu desandou/Tudo que se construiu desabou /O que faz invencível a ação negativa/É provável que o tempo faça a ilusão recuar/Pois tudo é instável e irregular/E de repente o furor volta/O interior todo se revolta/E faz nossa força se agigantar/Mas só se a vida fluir sem se opor/Mas só se o tempo seguir sem se impor/Mas só se for seja lá como for/O importante é que a nossa emoção sobreviva/E a felicidade amordace essa dor secular/Pois tudo no fundo é tão singular/É resistir ao inexorável/O coração fica insuperável/E pode em vida imortalizar/ Paulo César Pinheiro e Eduardo Gudin - 1974

reveja, outubro de 2008

Quarta-feira, 1 de Outubro de 2008 aberto Minhas perguntas não são feitas para mim em todo tempo, já que não quero ou não posso respondê-las agora. Faço perguntas ao vento, aspirando mais sentimentos do que respostas. Pergunto a lua com um olhar de me leva e me deixa ser o motivo para ver. Pergunto ao tempo: quanto tempo e quando? Minhas perguntas são montadas em cima de folhas secas que piso, quando caminho pensando em você. São montadas no barulho do e-mail chegando, da página se abrindo, ou sobre a mensagem enviada. Pergunto à madrugada se haverá uma alvorada ao seu lado, e se tocará uma música qualquer antes, durante e depois, para ficar marcada como relevo na capa do romance que não vivi ao seu lado. Pergunto aqui e ali se o querer do não poder é justo. Se é irrepreensível. Pergunto, às minhas lágrimas, se elas continuarão a causar-me desamparo. Pergunto com letras, como estas que te escrevo, se me querer pode ser assim tão distante, tão distante, tão ausente de algum sinal. Pergu...

com fundo raso.

- Ela? - Sim! - Não há vejo. - E o desejo? Passou? - Por mim. Ele passou. Mas está aqui ainda. - Agarrou? - Ela? Quis. Mas não. - Não! Não ela. O desejo. - Ele é que me agarrou. O leme. - Leme? Com este vento... - Vai me levando com vela é tudo. - Reza? - Não, raso. Raspa no fundo do meu casco.

assim, sim.

eu te amo. amo não para sempre, há tanto amor assim... amo suas idas e vindas por aquele espaço seu, amo a saudade de você me mostrando como, amo suas curvas curtas, amo seus seios pequenos, suas pernas brancas, seus detalhes intocados. Amo como se foi, como se fosse ficado, amo a palavra dita, a mal dita, a nunca proferida, por nunca ter me amado. Amo sua mente desconhecida, seu estado de estudo, sua prancha de salvação, sua felicidade independente de mim, seus gostos opostos aos meus. E amo amar assim, amo amar sozinho, aqui no meu cantim...

short

me abrace, com suas, pernas assim, e me tenha entre si. e entre nós apenas saberemos o gozo de olhar.

cruzeiro

Contentei-me com a morte de parte, Aquele cruzeiro ao longe, branco lateral com o horizonte para todos os lados, A estrada sem entradas laterais ou cruzamentos de dúvidas, Com a neve sem frio, em fotos de fatos sem panos meus, Pasmado sem o ânimo no selim, sem a força do joelho agora quebrado, Com as frases em cima de outras, coloco-me sob seu mundo, Solitário com a falta dos meus pêsames, seus, Coloquei-me em bruços, de brusco, para os olhos do mundo, Contento-me em ser somente meu.

já vais?

assim como estou, eu digo sim. talvez nem tenha tempo, jaz com o tempo que não tem. e já, que tens a doença, eu tenho a cura. mas, por favor não me curra, a minha insistência de ser.

em instantes, num piscar de olhos

dantes, não tinha o antes de te conhecer. antes que seja, que sejam instantes de prazer. prazeres antes, que seja antes de perceber, que tudo que é antes, dura um instante. e que durante, sejamos amantes de nos conhecer.

estas

o que haverá ou o que há não saberá. são estranhas mostram entranhas mas não se arranha nem a casca. mexem na teia encampam os mortos soltam os corpos pelas metades inteiras. consolam-se em si enquanto estamos aqui esperando o lá estupram nossos nós. passaram sozinhas arrumando casinhas enquanto os ovos esbarravam nos outros. perdidas não cedem não choram mais não pedem amor não falam a própria dor.

nem um pio

já havia dito de sua parte que cabia-lhe dizer-me. a parte que cabia-me ouvir de ti. quanto ao restante, moroso monstro do desapego, enfia no saco de tua viola desafinada. criação estupenda, inata, de tu, coruja barulhenta.

lento

lento. queria que o mundo fosse mais lento. tento.

solo

solo. no violão não, nem no baixo ou guitarra. solo. sim. no solo sim. pois deito-me em terra.

ainda não finda

Acho que não me convenço, quando não me estabeleço, ou me desfaço daquilo que não esqueço. Quando fui apagar a luz do jardim é que me lembrei, ao olhar pra cima e ver a lua clareando o céu, que eu ainda tenho que lustrar e encerar a mesa grande, aparar as plantas mortas, controlar o arremesso da bola de basquete em um aro que não para de diminuir. Depois, deitar no berço esplêndido do seio branco. Imagino até hoje, que seu céu nos terá, juntos, debaixo dele. Meus braços me cansam quando estico pra pegar qualquer coisa, catar uma fruta, repor um passarinho que caiu do ninho. Para melhorar este sintoma da dependência de querer pegar coisas impossíveis, aposto na ajuda de pessoas amáveis que possam entender que eu preciso ser admirado. Mesmo caído, mesmo sem surtir o efeito que quero, quando olho para o alto e simplesmente peço, com olhos, nem uma palavra digo, eu ofereço meus escritos, minha vida à procura de seu amor. De qualquer amor. Passageiro, ligeiro, sem vergonha de dizer que aca...

internacional

não acredito nisto. nisto de um dia apenas. parece que tudo muda em função de um dia. plantões são criados para que se atenda à memória de última hora. flores enviadas, criando situaçõe almejadas antes. de qualquer forma camas arrumadas. leitos maculados e maculosos. vazio em relacionamentos o mundo desperta para mais um dia. internacional.

são pensamentos

Eu quero uma morada nova. Onde eu não tenha que trancar a porta, nas noites como estas de verão. Não mais que o tempo sentido. Não há o que imaginar, do que ainda não vivido. Quero platéia de dois. Para olhares únicos, somente dois de copas. Sem comentários depois. Comida na mesa, carne servida e mordida. Vou ter seu olhar em minha expressão. Como amantes de muitos anos, um pedaço de ser em outro. Poesia em fases da lua.

vamos

Cada vez que te vejo, é como eu vejo seu desejo. Estampado em você, está um pedaço igual ao meu, correndo e se jogandode encontro ao que almejo. E quando tudo separa, ou quando vem a solidão, me esforço, como agora, para ser mais sim do que o não. Agite-se pelo consolo, busque a mão que conforta, veja com o que realmente importa, e a volta será bem menor, que os 18.000 metros da lagoa.

mensagens

Umas metades, ficam cheias de amor, pintadas de toda cor, conquistadas pelo outro. Outras partes, estão à beira. cheias de necessidades. repletas de vontades. Fechadas conversas, que espantam, ditas pelas metades, incompletas mensagens. Cortes estranhos, cortam entranhas, corações raspados, arrancados pedaços. Ligar as metades, ligar as máquinas, ligar o conquistado, ligar para o outro. Do outro lado.

irá?

na ira apenas para rima. na ida para ir na mira, mira na ida. as águas da rainha, as anáguas da menina. da antiga que não queria, que não queria ser antiga, com anáguas a menina. apenas pra não gritar, (qual o nome da pequenina?) o quanto ela queria.

tá?

seria capacitado de amores teria todos os detalhes comeria todos seus gostos viveria réu na paixão quantos? oito dias.

habitarás a caixa

habitarás a caixa vazia apenas forrada da vontade de ser algo para ninguém. viverás em memória querida no alto do mastro que única de longe seria. acreditarás no consenso de todo um coração único que seu seria.

outro

são vazias são curtas não escutas não lês sim vês sim és são nada são parcas são tantas não paras não para...

soluto

não piscou sim doeu não mexeu sim mexeu com eu.

põe vírgula pra mim na minha vida

a solidão me pegou desacompanhado sem luz que da lua era crescente e não tinha música pra dar desembrulhada de papel fantasia minha penada saiu sem alma minha escrita se partiu conduz o nó arrastando na garganta o amargo

eu falo. e você?

Considerando a hipótese, que está sendo considerada muito antes de ser verossímil, de que suas palavras, as mais belas que tenho ouvido, lido e compreendido, estas mesmas que me colocaram onde estou guardado, local preferido entre aqueles que trocaram o certo quase seco, pelo duvidoso momento de águas tempestuosas, local o qual também chamo de 'quente mas gostoso', pois estas palavras tão sensíveis e calorosas, tão meigas e saborosas, tão cheias de mensagens de esperança de um relacionamento de mútua compreensão, elas tem, as palavras, sido o meio que me tem enfaixado os machucados, esterilizado-os e colocado vicvaporub onde é necessária uma ação mais profunda, e que tem me causado um prazer de horizontes infinitos, embora eu acredite que tudo isto é fantasia de quem precisa, como eu preciso, de modo incomensurável e sem medita cabíveis a partir de compreensões sem paixões ou sem olhares de condescendência quando o nível do óleo baixa de repente, e a gente sente que tudo mudou ...

reveja 06 de julho de 2008

Você tem a conta na cabeça, me diz o que é o amor. Não tem então um componente de solidão? Não fala o amor a língua da paixão, das línguas, corpos, braços, pernas, pensamentos, os entrelaçados, entre si trocados, saliva, suor, cheiro, medos, sabor e receitas que não dão certo? Não sussurra o amor por detrás da porta, olhando de longe, sentados no banco da praça, enquanto quem é, passa. Enquanto esta, não sei onde está. Sei sim! sei que aqui bem dentro! Do sabor que se vai da comida, não fala o amor? Ele não comenta que a falta deixa doente, dentes travados, estômago revirado? Eu já ouvi dizer também que o amor tudo suporta, tudo crê, não deseja o mal e que ele será ainda, depois de tudo. Acima da paixão. Que venha logo.

ai pai... Esta realidade eu não quero não...

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O tabloide inglês 'The Sun' publicou nesta sexta-feira (27) fotos do ator-mirim indiano Azharuddin Mohammed chorando após levar uma suposta surra de seu pai na favela em que mora em Mumbai, na Índia. De acordo com a publicação, o garoto - que foi recebido como herói no país após a vitória do filme 'Quem quer ser um milionário?' no Oscar - teria apanhado por ter se recusado a sair de casa para atender os jornalistas e curiosos que se aglomeravam no local. (Foto: Reprodução/The Sun)

coisos

canção cansa quando alcança o máximo da lembrança certas cartas cortam o coração quando releio-as suspiros suspendem o momento de seguir em frente luas lutam entre ser a mais demorada para ir embora lágrimas levam poeiras para minha camisa branca

como água...

o amor não é porto de chegada, apenas de partida, (sem destino) é também de parada, (rápida) o amor não me convence não lhe dou tempo, não me gruda mais na pele, chega e vai, (como água da Copasa)